Seja bem vindo(a) ao anfiteatro da vida.
Não poucas pessoas dizem ter medo de acidentes, de doenças, enfim da morte. Mas pensando muito, ouvindo muito a respeito creio que esse medo, seja o medo da vida. O medo de não vivê-la intensamente, de não descobrir a graça que há a cada novo dia. Na verdade o medo surge quando vemos que nossos sonhos correm o risco desesperador de são serem passíveis de realização.
Inúmeras vezes estamos embotados dentro de nossas rotinas, trabalhando mais, ganhando e gastando mais, errando mais, sendo mais irracional; amando menos, sonhando menos, que mal percebemos que estamos cada vez mais distante da nossa criança interior, que era espontânea, que amava sem nada esperar, que deixava a sinceridade espairecer, não estando preocupada em se mostrar superior aos outros, mas apenas conviver com alegria.
Nunca foram vistos tantos mendigos andando de carros importados, estudando em ótimos colégios, faculdades, trabalhando em multinacionais. Não estou falando da miséria exterior, mas da interior. Muitos estão vivendo em palácios, mas encontram-se nos becos da pobreza interior, não sendo capaz de descobrir a beleza do canto de um pássaro, no orvalho da manhã, no sorriso de uma criança. Cada vez mais busca-se o virtual para disfarçar a escassez do real, a falta de relacionamentos sólidos entre as pessoas, a quebra dos laços familiares. A família perdeu a a sua sacralidade.
Estamos perdendo nossa capacidade de sonhar, temos muitos desejos, como de comprar um tênis novo, uma bolsa, uma roupa de marca ou um celular novo. Mas os sonhos distinguem-se dos desejos, pois os sonhos são fundamentados em coisas concretas, em ideais, os sonhos não se dissipam no calor das dificuldades. Sonhos são combustíveis para a alma, eles nos impulsionam para irmos a lugares nunca antes imaginados, nos fazem dar valor e reconhecer que sempre temos que ter um direção na vida, pois queremos, queremos e queremos resultados mas muitas vezes esquecemos que a felicidade está em cada pequeno passo da jornada para este resultado. É preciso sonhar a cada dia, mesmo sabendo que haverão contínuos tropeços. A vida é assim, e uma vida sem sonhos é como uma manhã sem orvalho, seca e árida.
Em determinados momentos de nossas vidas pegamos alguns atalhos, alguns caminhos errados, que vão apagando a nossa luz, quem vão nos afastando dos nossos sonhos. E de repente nos damos conta que não está valendo a pena estarmos onde nós estamos, vivendo como estamos vivendo e sendo o que somos. Não existe uma insatisfação maior do que sermos o que nós não gostaríamos de ser, quando vemos que estamos deixando de ser aquilo que podíamos.
Não podemos deixar que nossa luz, a luz de nossa vida se apague diante de uma sociedade que vêm adoecendo coletivamente, perdendo sua capacidade de pensar, de expor suas idéias e de amar. Nós podemos errar, mas não nos tornar os nossos erros para assim mantermos acesa a nossa luz que é Deus. Desta forma não seremos meros espectadores da vida, mas sim assumiremos o nosso verdadeiro eu, e seremos protagonistas no maior e mais espetacular palco de todos, o anfiteatro da vida.
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